Apesar do concurso das Sete Maravilhas já ter terminado e já se saber quais foram as grandes vencedoras, o "T&Q" ainda tem muitas novidades no que respeita a aberrações. Estejam atentos porque a informação será actualizada com escolhas surpreendentes por parte dos nossos convidados, que conseguiram alterar a tabela de posições dos mamarrachos mais votados.

No dia em que a televisão anuncia as 7 Maravilhas do Mundo e as 7 Maravilhas de Portugal, o nosso blogue não quis deixar de apresentar os mamarrachos mais votados desde que começámos a iniciativa das "7 Grandes Aberrações de Portugal".

Porque acreditamos que há muita coisa a precisar de arranjo e ficar calado é compactuar com o Portugal no seu pior, eis a vasta lista das mais votadas pelos nossos convidados:

• em primeiro lugar está Quarteira  - das 28 personalidades que votaram até agora, 11 escolhem esta cidade do Algarve.
• o tão falado Prédio Coutinho,  está cada vez mais frequente nas escolhas, ocupando o segundo lugar desta corrida.
• em terceiro lugar, com cinco votos cada um, estão o Martim Moniz, as obras do arquitecto Tomás Taveira, os três estádios do Euro 2004 ( Alvalade, Aveiro e Algarve)  e as construções de habitação na Costa da Caparica.
• as obras no Terreiro do Paço e Praça do Comércio também são fortes concorrentes.
• com o mesmo número de votos, quatro, e a dividir a mesma posição na tabela com a Praça do Comércio e Terreiro do Paço está "O Pirilau" (monumento ao 25 de Abril no Parque Eduardo VII) e a Estátua de Sá Carneiro na Praça do Areeiro.
• em quinto lugar temos várias escolhas: CascaisVilla , Torres de Ofir, Cimenteira do Outão, Santuário de Fátima, as obras do novo edifício da APL no Cais do Sodré, a nova Avenida dos Aliados no Porto.
• seguem-se a sede da Caixa Geral de Depósitos de Lisboa, o Cristo Rei, o prédio de Sto . António, na Covilhã, a Casa da Música, no Porto e a Praia da Rocha, no Algarve.
• na corrida estão ainda o prédio da Segurança Social de Viseu, as rotundas espalhadas por todo o País, o aeroporto da Ota e as construções desordenadas de habitação, por toda a parte.

(...) Às vezes, na História, é mais longo o mito do que o próprio objecto (...) o mito é muito mais importante do que a realidade.

Porquê?

Já nem se sabe bem se algumas delas existiram ou, pelo menos, se eram exactamente assim. Nem por serem maravilhas escaparam à destruição. Os Jardins Suspensos da Babilónia são agora ninhos dos tanques americanos (no Iraque). Desta vez não ficará qualquer mito, porque estamos na sociedade da construção do efémero.

Haveria maneira de eleger as 7 maravilhas?

O resultado seria sempre aleatório, com a escolha do momento (...). Os portugueses poderiam votar no Pantanal (Brasil) só porque o conhecem de uma telenovela. Mas talvez muitos deles votem no Corcovado (Rio de Janeiro), por ser a única maravilha «lusófona» (...). Os resultados são influenciados por outros factores, sejam ligações históricas ou nacionalismos.

Os Egípcios retiraram as pirâmides da lista de elegíveis...

Ora aí está um gesto inteligente. Era muito pouco provável que ganhassem (...). As pirâmides não são vendáveis no supermercado, nem aparecem na televisão. Se houvesse um concurso entre elas e o sarcófago de Tutankamon ganhava este (...)

Em Portugal vai até eleger-se também as nossas 7 Maravilhas...

Mas ao mesmo tempo foi lançada a campanha do jornal Tal&Qual para a eleição das  7 Grandes Aberrações de Portugal. também temos de reconhecer que se mantém uma certa inteligência e humor ao lado da estupidez.

Quais são as consequências de uma eleição destas?

Nenhumas, felizmente. São coisas que passam rapidamente. A eleição cumprirá certamente o seu objectivo, que é um brutal crescimento das audiências televisivas na noite do anúncio dos resultados.

Pessoalmente, quais são as suas maravilhas?

É tudo muito relativo (...), mas escolhi Monsaraz, por ser uma jóia e uma construção colectiva. Fora disso, acho que a pala do Pavilhão de Portugal feito pelo  Siza Vieira para a Expo '98 é um monumento raro, que vai marcar a nossa arquitectura e ter uma importância decisiva para gerações."

Gostaríamos de informar os nossos visitantes que a equipa "T&Q" não tem qualquer reponsabilidade pelas aberrações escolhidas pelas personalidades que colaboram nesta iniciativa.

Limitamo-nos a colocar on-line as respostas que nos chegam.